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Caros colegas e amigos da banda:
Venho-vos dar o meu testemunho das muitas injustiças que
acontecem na banda que tanto amamos. Também eu fui alvo de uma situação, que não
tendo atingido a gravidade desta, foi algo que transtornou a minha vivência na
CB. Era eu macanudo há muito pouco tempo. Estava a emitir
normalmente em minha casa quando ouço um alvoroço à minha porta. Gritos e
chamada de “nomes” a alguém que só depois me apercebi a quem se destinavam.
Toca-me a campainha da rua, vou abrir a porta e eis que me deparo com um piquete
da PSP mesmo em frente a mim, com as luzes azuis a piscar, como se fossem buscar
algum meliante apanhado em flagrante delito. O povo, que nem é de se meter na
vida dos outros e até não gosta de ver espectáculo na rua (desculpem-me a
ironia), rodeava o carro da policia e a entrada da casa dos meus pais à espera
de ver não sei bem o quê. Não tenho palavras para explicar o que senti. Fiquei
branco como a cal e sem reacção. Um agente dirige-se a mim, com cara de poucos
amigos e pergunta-me se era o dono da antena que estava no meu telhado. Disse
que sim e perguntei o que se passava. Disse-me então que tinham recebido uma
queixa, que alguém andava a interferir com as televisões de alguns vizinhos e,
inclusivamente, ouviam a voz dessa mesma pessoa. Pedi ao sr. guarda que entrasse em minha casa de modo a
podermos falar civilizadamente, pedido ao qual o agente acedeu. Porém, os
queixosos que permaneciam em frente à minha porta como lobos em busca da presa,
exclamaram “Falem aqui à porta para nós sabermos o que dizem!”. Descaramento!
Deviam pensar eles que iria subornar o PSP para deixar passar a coisa?! O agente
entrou e depois de estar dentro da minha casa mostrei tudo o que tinha a
mostrar: equipamento, licença do mesmo, expliquei do que se tratava, etc...
Disse ainda que dissesse aos queixosos que apresentassem queixa ao ICP (agora
ANACOM ) uma queixa contra mim, que eu iria fazer o mesmo contra eles. Assim
fiz. No dia seguinte desloquei-me ao ICP na Av. José Malhoa em Lisboa e expus o
meu problema. Poucos dias depois batem à porta da minha casa dois inspectores do
ICP com uma data de aparelhos de medição e sei lá mais o quê... Viram a minha
instalação de alto a baixo, mediram as estacionárias, as distancias entre as
antenas de CB e TV mais próximas e nada... era impossível causar os problemas de
que as pessoas se queixavam. É tão verdade como ter dois filtros contra as TVI
montados no sistema e um dos inspectores ou “fiscalizadores” ou sei lá o que
eram, terem dito que eram cuidados a mais e como tal desnecessários. Como não encontraram nada na origem dos problemas foram
fazer uma vistoria à casa dos queixosos. Meu Deus do céu... eram tantas a
negligencias e montagens feitas por sapateiros que só visto. Desde a fichas mal
montadas, cabos velhos e totalmente podres, a antenas “a cair de maduras”... Se
foram multados ou não, não sei, sei que nunca mais ninguém me chateou por causa
deste assunto. Claro que as relações com a vizinhança nunca melhoraram desde
este incidente, mas também pouco me ralou. Em conclusão, é mais fácil atribuir a culpa à CB do que reconhecer que as próprias instalações de TV, HI-FI, entre outras, podem elas próprias serem as causadoras de toda a confusão. As entidades não devem servir só para nos "entalar" quando nos apanham a cometer alguma irregularidade. Devemos recorrer a elas quando sabemos que temos razão. E o meu caso é disso um exemplo. Se me tivesse agachado, talvez este episódio não tivesse terminado aqui. Mas atenção! Temos que ter a certeza que estamos na lei, ou o feitiço vira-se contra nós. A CB tem, sempre teve e terá "as costas largas". Já se sabe... Estas situações já não são admissíveis em pleno século XXI. Só uma pequena nota: No caso em concreto do macanudo da Lourinhã tenho a comentar o seguinte: Não sei o que se passou nem se a pessoa em causa respeitou minimamente o que está definido nas normas da boa conduta que devemos ter para com os nossos vizinhos. Nem tão pouco sei se os vizinhos tinham razões válidas para reclamar. No entanto NADA justifica este tipo de atitudes. A violência não é solução para nada e só gera mais violência. E que eu saiba ainda temos leis para nos orientarem e punirem. Como se diz agora por tudo e por nada "Nós vivemos num Estado de Direito Democrático". Disse. Carlos Carvalho ( Estação Lusitânia CB)
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